Eis aqui um mapa mostrando a localização da reserva:
Notem bem a escala do bocadinho aparentemente minúsculo quando visto sobre o mapa do Brasil. O rectângulo tem qualquer coisa como 100 km de largura. Com umas boas dezenas de km na direcção vertical, aquele bocadinho do Brasil é maior que o Algarve português. A paisagem é de floresta húmida cortada por rios e com alguns lagos.
Trata-se de um projecto com uma envergadura razoável, com base de pesquisa própria e a presença continuada de pelo menos três pessoas no terreno. Quando o projecto começou o trabalho de campo, em Janeiro de 1994, os cientistas começaram por marcar 9 animais. Campanhas posteriores aumentaram o número de animais marcados, que atingiam quase os 400 em Novembro de 2005. Os cientistas têm que marcar os animais para ser fácil reconhecer as suas movimentações e identificar os que vivem na parte da reserva a ser estudada. Os cientistas podem assim saber quem faz o quê, quando e com quem, como e porquê. As marcas são colocadas por forma a poderem ser vistas à distância sem perturbar muito o animal. O método usado é designado por ferragem a frio, que consiste em colocar um objecto muito frio junto da pele do animal que deixa uma marca clara visível durante o resto da vida do animal. Eis abaixo um exemplo de um animal marcado.
São visíveis três marcas idênticas no dorso. Este imagem serve também para ilustrar uma diferença óbvia do boto em relação aos golfinhos a que estamos mais habituados. O boto possui uma barbatana dorsal muito reduzida, apenas um vestígio, um simples alto, enquanto os restantes golfinhos possuem uma barbatana bem desenvolvida. Os investigadores do Projeto Boto produziram ao longo destes anos investigação muito interessante, e que me dá uma desculpa para falar mais destes animais fascinantes. Os botos-vermelhos serão o tema das contribuições dos próximos dias.
Ficha técnica
Todas as imagens e muita da inspiração para o texto foram retiradas das páginas do Projeto Boto.
quinta-feira, novembro 16, 2006
O Projeto Boto em Mamirauá
Por CDG laço permanente
Etiquetas: Biologia
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