A capa de Fevereiro do PLoS Pathogens é dedicada a um velho conhecido nosso, o Toxoplasma gondii, um parasita que infecta uma grande parte da população humana. Num artigo (ref1) da PLoS Pathogens, Ke Hu e colegas estudaram em detalhe a máquina invasora por detrás do toxoplasma, o chamado Complexo Apical, , que é parte da estrutura que forma o cito-esqueleto do parasita. [... ler mais]
Contrariamente à ideia de um organismo unicelular como uma espécie de bolha amorfa, o toxoplasma possui uma espécie de esqueleto com extremidades bem definidas, e crê-se que essa estrutura desempenha um papel importante, de tipo mecânico, na invasão das células do hospedeiro pelo parasita.Os detalhes do artigo são algo técnicos mas a motivação dos autores é simples: uma melhor compreensão de como o complexo apical faz o seu trabalho poderá levar a novas ideias para combater as doenças criadas por esta família de parasitas.
A máquina molecular por trás deste complexo era desconhecida mas Ke Hu e colegas desenvolveram técnicas que lhes permitiram identificar a maior parte das proteínas usadas para construir o complexo apical. As imagens obtidas pelos autores são fantásticas. Na imagem acima, onde as diferentes cores correspondem a diferentes proteínas, os processos utlizados pelos autores permitem-nos mesmo ver pequenas células-filha dentro das células-mãe. Ou seja, os autores poderam mesmo seguir a génese desta estrutura. Numa tradução livre do resumo:Acredita-se que o complexo apical do Toxoplasma gondii desempenha funções essenciais quer na invasão das células hospedeiro (incluindo células humanas), quer na replicação do parasita. Compreender a função do complexo apical, a base para esta estrutura inovadora, e o mecanismo para a sua motilidade, são dificultados pela falta de conhecimento da sua composição molecular. Nós purificámos parcialmente o complexo conoidal/apical, identificámos ~200 proteínas que representam 70% dos componentes proteicos cito-esqueléticos, caracterizámos sete novas proteínas, e determinámos a sequência de recrutamento de cinco dessas proteínas no cito-esqueleto durante a divisão celular. Os nossos resultados fornecem novos marcadores para os diferentes subcompartimentos dentro do complexo apical, e revelaram compartimentos celulares desconhecidos anteriormente, que facilitam a nossa compreensão de como a maquinaria da invasão é construída. Surpreendentemente, as estruturas nos extremos apicais e basais desta célula altamente polarizada originam-se no mesmo local e ao mesmo tempo durante os estágios inicias da replicação do parasita.
A importância deste tipo de estudos não se esgota neste parasita, o Toxoplasma gondii é apenas uma entre cerca de 5,000 espécies de protozoários parasitas intracelulares no filo Apicomplexa, que inclui outro velho conhecido nosso, o agente causador da malária, o Plasmodium falciparum. Uma das gandes vantagens das revistas da Public Library of Science (PLoS) é que são completamente livres, todo o material poder ser disseminado sem preocupações de direitos de autor. Não resisto por isso a mostrar mais uma das fantásticas imagens do artigo, em que mais uma se vez se veêm toxoplasmas dentro de toxoplasmas. As dimensões dos pormenores são ínfimas, 1μ corresponde a um milésimo de milímetro.
Referências
(ref1) Hu K, Johnson J, Florens L, Fraunholz M, Suravajjala S, et al. (2006). Cytoskeletal Components of an Invasion Machine: The Apical Complex of Toxoplasma gondii. PLoS Pathog 2(2): e13. Laço DOI
terça-feira, fevereiro 28, 2006
Visão nova de um cliente antigo
Por CDG laço permanente
Etiquetas: Biologia
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